John Watson

 

  John Broadus Watson nasceu a 9 de Janeiro de 1878 e faleceu a 25 de Setembro de 1958, foi psicólogo estaduniense e considerado o fundador do comportamentalismo (behaviorismo).

Frequentou a Universidade de Chicago, formou-se em filosofia mas desiludido com a orientação mudou para psicologia.

Para suportar as suas despesas pessoais, aceitou como trabalho a limpeza dos gabinetes da Universidade, bem como a vigilância dos ratos brancos dos laboratórios de Neurologia. Doutorou-se depois em Neuropsicologia, defendendo uma tese sobre a relação entre o comportamento dos ratos de laboratório e o sistema nervoso central.

Como professor de psicologia animal, desenvolveu investigações, fundamentalmente sobre o comportamento de ratos e macacos. São as suas experiências com animais, controladas de forma rigorosa e objectiva, que lhe inspiraram o modelo de psicologia. Os mesmos procedimentos virão a ser aplicados pelos psicólogos se estes se debruçarem sobre o estudo do comportamento humano. Daí que Watson assumisse claramente a abolição da barreira entre a psicologia humana e a psicologia animal.

Com 29 anos, foi leccionar na Universidade de Baltimore, onde desenvolveu, durante 13 anos, o fundamental da sua pesquisa, instalando um laboratório de psicologia animal. Em 1913 publicou o artigo "A Psicologia como um comportamentalista a vê", onde apresenta os fundamentos da sua teoria.

Com a Primeira Guerra Mundial, interrompeu a sua actividade profissional para ingressar no exército, participando numa campanha militar em França.

Em 1918, retomou a investigação, estudando a primeira infância, mas um divórcio tumultuoso devido à sua paixão por sua assistente, para quem escreveu tórridas cartas de amor, que vieram a público, desmoralizando seu trabalho como pesquisador académico, obrigando-o a abandonar a Universidade. Ingressou numa agência de publicidade e dedicou-se paralelamente à divulgação das suas teorias junto de um público mais amplo. Depois de aposentado, retomou as suas investigações em psicologia.

Para Watson, a psicologia não devia ter em conta nenhum tipo de preocupações introspectivas, filosóficas ou motivacionais, mas apenas e simplesmente os comportamentos objectivos, concretos e observáveis. 

Watson e o Comportamentalismo

O Comportamentalismo, ou Behaviorismo, é “teoria e método de investigação psicológica que procura examinar do modo mais objectivo o comportamento humano e dos animais, com ênfase nos fatos objectivos (estímulos e reações), sem fazer recurso à introspecção”, segundo o dicionário Houaiss, ou seja, como próprio nome já diz, tem como objecto de estudo o comportamento, que é caracterizado pela resposta dada à estímulos externos, e segundo Watson, “seu objectivo teórico é prever e controlar o comportamento” (Schultz, p. 239).

Não é possível afirmar a data precisa de criação do Comportamentalismo, porém, pode-se dizer que surgiu a partir de um protesto contra o Funcionalismo e o Estruturalismo em 1913, cujo líder foi John B. Watson, PhD pela Universidade de Chicago, que era considerada o centro da psicologia funcional, movimento que Watson era contra. Sua ambição era um movimento em oposição ao Funcionalismo e ao Estruturalismo, pois, assim como Wundt, seu objectivo era a criação de uma nova escola em que houvesse a distinção dos métodos até então adoptados.

Watson utilizou-se de conceitos e ideias já existentes para a instituição do Comportamentalismo, que teve como principais influências a tradição filosófica do objectivismo e do mecanicismo de Descartes, cujo pensamento mecanicista procurava objectividade nos estudos anatómicos humanos e, também, de Comte, fundador do positivismo; a psicologia animal, como a teoria de Loeb sobre o comportamento animal ser baseado em estímulos e respostas, não necessitando consciência para tal e, também, como o estudo experimental de Pavlov e de muitos outros, como Twitmyer, Thorndike e Pfungst; e a psicologia funcional, já que funcionalistas como Cattel e Pillsbury estavam se aproximando dos conceitos comportamentalistas.

Watson tinha como propósito a objectividade científica e o estudo dos comportamentos observáveis e que pudessem ser descritos através do conceito de estímulo e resposta, o que indica a semelhança com os experimentos da psicologia animal, ramo em que ele preferia fazer seus experimentos. Devido a esse carácter objectivo e criterioso, foi dada uma contribuição muito importante para a formação da Psicologia científica. Para tal, foram descartadas as ideias mentalistas, assim como os termos empregados por elas como os de consciência, sensação e mente, pelo facto de o Comportamentalismo ter como base estudos mais objectivos e concretos, e também rompe com o método de introspecção, pelo facto de admitir a presença de processos conscientes na análise e, por isso, não pode ser objectivamente observada e, também, porque não eram admitidas grandes diferenças entre o estudo do comportamento de animais e de humanos, pois usavam o conceito de estímulos e respostas em ambos.

 

 

Behaviorismo

Fundador Watson
Pressupostos Para se constituir como ciência, a psicologia tem de se basear em observações objectivas, ou seja, que possam ser verificadas por qualquer observador – o seu objecto é o comportamento observável.
Objecto

Comportamentos observáveis no homem e no animal.

Estão excluídos, como objecto da psicologia, todos os fenómenos no interior da pessoa que não sejam directamente observáveis. 
Objectivo Perceber como se processa a aprendizagem dos comportamentos (como se adquirem, mantêm e desaparecem).
Método Método experimental.
Contributo

Com o behaviorismo a psicologia assume o estatuto de ciência:

-          o objecto muda –> é agora o comportamento;

-          o método muda e torna-se mais objectivo -> método experimental

Alarga o campo da psicologia ao estatuto do animal.